Associações, conselhos, pais e mães de autistas discutiram caminhos para a inclusão durante sessão especial na quarta-feira (22), em Itabuna. A convite do vereador Gilson da Oficina (PL), especialistas lembraram o quão necessário é unir forças para ver cumpridas leis que garantam prioridade nos atendimentos e a presença de profissionais devidamente preparados para garantir saúde e educação.
Uma das palestrantes foi Jisa Caldas, presidente da AMA (Associação de Pais e Amigos do Autista de Itabuna). A entidade, que acompanha 120 famílias, tem certificado de utilidade pública, mas só conta com recursos de voluntários. Ela suplica por um Centro Especializado em Autismo no município, equipamento para encurtar o “abismo entre as leis e a realidade”.
Como exposto na sessão, a luta por centro desse tipo, assim como pela carteira de identificação do autista, será uma bandeira abraçada pelos vereadores. É o que ficou evidente nas palavras de Gilson da Oficina (PL), acompanhado por Wilma de Oliveira (PCdoB), Cosme Resolve (PMN), Diego Pitanga (PT), Kaiá de Saúde (Avante). Também estavam presentes Ronaldão (PL) e Dando Leone (PDT).
Cuidado conjunto
A neuropediatra Sabrina Calmon citou dados que mostram uma criança autista a cada 44 nascidas. Ela vê a necessidade de uma intervenção multidisciplinar concreta, logo após uma suspeita, para garantir o desenvolvimento da pessoa nos primeiros anos de vida. “O próprio profissional que acompanha a criança no posto tem uma caderneta que faz uma avaliação bem específica do risco psíquico; ele pode identificar que há alteração no comportamento esperado”, recomendou.
Ainda sobre acompanhamento, a psicóloga Maria Cristina Anunciação mencionou a importância de as famílias buscarem proteger a mente para assim encontrarem forças no tratamento com os filhos autistas. “Quem cuida de quem cuida? Tem a importância da equipe multidisciplinar e o cuidado do cuidador”.
Doutora em educação inclusiva, a professora Genigleide Hora, do Departamento de Educação da Uesc, argumentou: “Ainda há muito a se fazer, principalmente por parte das políticas públicas, para cumprir as leis que foram definidas. Que haja a forma de olhar para a pessoa com deficiência com a dignidade e os direitos que lhe são concedidos”, assinalou.
Representantes das secretarias de Saúde (Maristela Hillesheim, Naira Cruz) e Educação (Lindiana Gomes) expuseram sobre o trabalho realizado em favor da inclusão. No caso da Saúde, segue a dificuldade de contratar especialistas no Transtorno do Espectro Autista (TEA).